A pandemia evidenciou a necessidade de tornar as supply chains mais ágeis. Para isso, é preciso usar análise de dados e colaborar com parceiros noplanejamento de cenários
No segundo semestre de 2020, quando a pandemia de Covid-19 começou a causar real disrupção nas cadeias de fornecimento de várias grandes empresas, a maioria delas tinha pouca ideia de como se preparar para retomar suas atividades. Isso foi resultado de uma soma de incertezas, como as medidas que seriam tomadas pelos governos para conter a disseminação do vírus e a previsão de quando teríamos vacinas. À medida que as empresas e os fornecedores de suas supply chains se voltaram para a previsão de cenários, a fim de identificar caminhos viáveis em meio à pandemia, perceberam que o planejamento precisava ser mais rápido e abrangente, incluir recursos digitais e contemplar prazos mais curtos. Nossa análise sobre o tema revelou que a colaboração e o uso de tecnologias digitais e de dados se tornaram fundamentais nesse esforço.
O planejamento de cenários tradicional considera situações futuras num horizonte que varia de três a mais de 30 anos. Isso requer um processo minucioso de análise das várias etapas dentro de cada organização ou de sua cadeia de fornecimento, o que pode levar meses. [Veja quadro na página seguinte..] Esses cenários devem ser revisitados quando surgem incertezas, especialmente em situações de crise.Nos últimos cinco anos, os acontecimentos fizeram com que o planejamento de cenários passasse a ser usado amplamente, mas com métodos diferentes e prazos mais curtos do que no passado. A decisão do Reino Unido de sair da União Europeia, assim como os atritos nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China, levantaram preocupações sobre possíveis interrupções na cadeia de fornecimento – e isso aconteceu ainda antes da Covid-19.