Escrevo esta missiva no day after da nossa participação no evento Febraban Tech.
O espaço da MIT Sloan Management Review Brasil ficou lotado nas várias sessões, o que vi como um indicador de que muitos concordam conosco: não basta acrescentar tecnologia para deixar a organização competitiva nos tempos atuais; é preciso mudar a gestão.
O modelo de organização com competitividade sustentável tratado em nossa jornada de Febraban Tech foi batizado de “future-ready” pelo MIT CISR, centro de pesquisas globais ligado à nossa alma mater.
Como nosso assinante provavelmente já sabe, descreve organizações que continuamente transformam sua gestão com tecnologia em dois eixos – o da eficiência operacional e o da experiência do cliente.
O que sei é que a experiência Febraban Tech me fez enxergar ainda mais o valor desta edição que o leitor tem na tela. Lá Gustavo Concon, CTO da CI&T, destacou que tudo, absolutamente tudo, vai ter inteligência artificial “embarcada”. Gabriel Santos, VP de tecnologia da XP, disse que a tecnologia como estrutura da organização é um reflexo da organização que existe (mais ou menos fluida conforme os silos da vida real). Rodrigo Cunha, um dos responsáveis pela transformação em curso na B3, frisou a necessidade de transformar a organização para que navegue bem a era da IA e foi incisivo: a liderança viabiliza isso. Merece hiperfoco.
Então, ainda no nosso espaço de Febraban Tech, Ulisses Zamboni, psicanalista de empresários e executivos, abordou as dificuldades emocionais que os líderes das empresas tradicionais vêm tendo para liderar a IA. Ocorre por estarem ligados ao arquétipo de mundo da revolução industrial, enquanto o mundo atual é impactado pela revolução comportamental. E mais: Zamboni disse que mulheres líderes, mais atentas a comportamentos, levam vantagem no novo mundo. Se ainda não há clareza (não clareza cartesiana) sobre a revolução comportamental ter um impacto similar ao das revoluções industriais sobre os negócios, há sinais.
Esta Review hiperfoca a liderança. Primeiro, trazemos quatro CEOs mulheres que nos ajudam a entender o que é liderar no novo contexto: Claudia Muchaluat e Gisselle Ruiz, da Intel; Adriana Aroulho, da SAP; Renata Vichi, da Kopenhagen. Depois, falamos de jogos de poder, de ciber-resiliência e de inclusão, três pontos a que os CEOs devem redobrar a dedicação (e talvez as mulheres CEOs já tenham redobrado).
Para o leitor não ter crise de abstinência, também falamos de IA generativa (risos); é para revisá-la. Boa leitura!
Adriana Aroulho usa ensinamentos do balé para liderar a SAP Brasil rumo à integração de serviços, mantendo sua vocação de trazer governança às empresas, mas levando-as para a nuvem
Renata Moraes Vichi, presidente do Grupo CRM, conta como mudou as estruturas e a cultura da tradicional Kopenhagen para acelerar no figital e depois empreendeu ao vendê-la à Nestlé
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