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Editorial

Eu escuto vozes nas empresas. Vozes estranhas dizendo que as decisões “não são mais sobre OU”, no sentido de termos de decidir fazer isso OU aquilo. Segundo um discurso corrente, agora prevaleceria a lógica do E, isto é, todos precisaríamos fazer isso E aquilo. Até entendo a intenção pedagógica da afirmação, porque, quando se trata de responsabilidades ESG, as empresas devem se conscientizar da importância de ser lucrativas E cuidar da governança ambiental, social e corporativa. Devem buscar incluir, não excluir. Mas, na prática, isso nos presta um desserviço.

Isso porque, se estamos falando de estratégia (e, nos negócios, quase sempre estamos falando de estratégia), o velho Michael Porter e seu tradeoff continuam a valer, por mais que queiramos enterrá-los. Do mesmo modo que tentamos ignorar o valor da estratégia em um contexto mutante como o atual. Em vão.

Nesta Review, trazemos nosso mais recente Report especial na esperança de colocar as coisas em seus devidos tempos e lugares. As escolhas continuam a existir, como tudo na vida humana (e as empresas são feitas de vidas humanas). Primeiro, escolhemos entre fazer ou não algo e, se formos fazê-lo, escolheremos como, quando, onde e, principalmente, por quê. Escolhas são estratégias. E ficam ainda mais importantes em contextos mutantes.

Porém o modo de lidar com estratégia muda, e esse talvez seja o entendimento que falta. Tudo começa por pensar em estratégia como um código, um algoritmo – ao menos, essa é a proposta de Silvio Meira, nosso conselheiro editorial que, depois de mergulhar nos movimentos de tecnologias digitais, empreendedorismo inovador e transformação digital, vem se aprofundando no estudo da estratégia, sobretudo nos tempos atuais. Além disso, estratégia exige agilidade – o que requer guardrails e pessoas empoderadas – e uma liderança C-level mais capacitada ainda. Essa construção de futuro é o tema de capa; não dá para não ler.

Quer outras joias da edição? Um artigo fala do desafio presente de produtizar ofertas de serviços. Outro revisita o passado de modo importantíssimo, abordando os erros éticos das lideranças das farmacêuticas no auge da pandemia de covid-19. Gilberto Freyre definiu bem essa nossa viagem sobre futuro, presente e passado, bem antes da turma da ambidestria: “O tempo nunca é só passado, nem só presente, nem só futuro, mas os três simultaneamente. Todos vivemos no tempo tríbio”.

PS: Esta edição tem o CEO da Ferrari!

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Adriana Salles Gomes

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