Sempre achei que os Jogos Olímpicos mostram aos diversos povos a dor e a delícia de serem quem são, como Caetano Veloso já cantou certa vez. Em Paris não está sendo diferente. Na delegação brasileira, vemos excelência lado a lado com baixa performance, improviso lado a lado com organização, resiliência lado a lado com inconstância – como vemos no Brasil. E se dói na gente a carreira curta de Bia Haddad e Luísa Stefani no tênis ou as fracas partidas da seleção feminina no futebol, nos deliciam a ginástica artística feminina e o boxe de Bia Ferreira.
Porém… quero falar mesmo é do judô. Apesar de o dominínio no solo continuar a ser uma fortaleza do Brasil, parece que mudou um pouco nosso gerenciamento de riscos no tatame, agora mais defensivo do que ofensivo. A percepção pode estar errada? Sim. Mas aproveito a analogia para introduzir melhor o Report especial que estampa a capa desta edição. Ele aborda os novos riscos que as empresas estão correndo na seara “inteligência artificial e dados”, e que ainda vêm aprendendo a gerenciar, sobretudo na base da tentativa-e-erro, de modo ofensivo ou defensivo. Até sonhei com o tigre que ilustra a capa [risos]
Quatro pesquisas reunidas nesta MIT Sloan Management Review Brasil detalham essa nova geração de riscos – algorítimo, de machine learning, de dados e analytics em geral, de privacidade – e trazem frameworks e processos passo a passo para endereçá-los e dar um tempo no aprendizado tentativa-e-erro. (Frameworks no judô seriam o domínio de solo, técnicas em pé, técnicas de mão, técnicas de sacrifício etc.)
Destaco especialmente o artigo dos patrícios Pedro Amorim e João Alves, que propõe a combinação entre IA generativa e analytics avançado. Além de sugerir essa combinação super interessante, o texto lista três áreas de aplicação específicas e, para duas delas, mostra prompts que levarão as soluções. Agora, além de gráficos, tabelas e outras figuras, temos “prompts” nesta publicação!!!
Ah, não sei se você vai estranhar a editoria em que este Report especial se encontra, “Finanças e ESG”, em vez de “IA, tecnologia e dados”, mas explico: queremos enfatizar o olhar de riscos, que todos os gestores devem ter, e não só olhar de tecnologia. Em outras palavras, é para CFOs e heads de compliance lerem também, ok? E essa editoria está em conformidade com as editorias do nosso novo portal. (Que, por sinal, evoluiu muito –, você já se logou lá? Estamos te esperando!)
O outro tema de base desta edição é a gestão de talentos e só tem artigo bom – de trauma, de conflitos e de remuneração executiva no Brasil. Ótima leitura!
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