Com analytics e big data, é possível as empresas predizerem práticas irregulares de subcontratação em pelo menos 75% dos casos. Além disso, pagar preços mais justos e adotar mais três práticas podem reduzir significativamente as chances de tais irregularidades ocorrerem
Nunca foi tão importante para uma marca saber quem, exatamente, fabrica seus produtos. Um exemplo: reportagem do jornal britânico Sunday Times, em meados de 2020, revelou que, em meio à pandemia de covid-19, havia operários produzindo roupas para a marca de “ultrafast-fashion” Boohoo ganhando menos do que o salário mínimo no Reino Unido, em condições precárias e com protocolos de segurança mínimos. A Boohoo alegou que a fábrica não era um fornecedor direto, mas seu valor de mercado caiu mais de US$ 2 bilhões após a notícia.
Como essa empresa descobriu, um fornecedor pode causar sérios danos à reputação e à saúde financeira da empresa, e a natureza da cadeia de fornecimento moderna – global, complexa e em geral opaca – só aumenta esse risco. Empresas que terceirizam a produção volta e meia descobrem que fornecedores recorrem a redes de subcontratados, muitas vezes sem a ciência ou a autorização do comprador. Para piorar, as condições de trabalho desses subcontratados tendem a ser precárias, com práticas laborais reprováveis e violação de normas sanitárias e ambientais.