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Quem são os líderes do futuro?

O arquétipo da liderança para inovações conscientes | por Marcela Toguti

Líderes do Futuro
30 de julho de 2024
Quem são os líderes do futuro?
Este conteúdo pertence à editoria Liderança e cultura Ver mais conteúdos
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Em um cenário pós-pandêmico, marcado por profundas transformações tecnológicas e desafios que colocam em risco o futuro da humanidade, a natureza da liderança urge por evoluções significativas. A primeira grande questão que se impõe é: quem serão essas lideranças?

O relatório “Liderança para a Década da Ação”, publicado pelo Pacto Global das Nações Unidas e Russell Reynolds Associates em 2020, refere-se aos líderes do futuro como liderança sustentável. “Os desafios sistêmicos que o mundo enfrenta hoje revelam que a liderança sustentável não pode ficar restrita a uma pequena minoria; ela exige que as empresas cultivem esse perfil de liderança em todos os níveis”, destaca o documento (consulte a íntegraaqui)

O documento chama atenção também para o fato de que, embora haja um grande esforço estratégico por parte das organizações para incorporar a conversa sobre sustentabilidade em seus manifestos e descrições sobre si mesmas, ainda há um descompasso quando o assunto é a contratação – e capacitação – de quem vai executá-las.

Sendo esta uma conversa tão urgente, é imperativo que as empresas potencializem seu papel de geradoras de inovações positivas e valor compartilhado e se baseiem no modelo econômico do Capitalismo Consciente para fomentar a nova geração de líderes.

Por sua vez, às lideranças do futuro – ou já do presente –, cabe o desafio de equilibrar dois fatores historicamente paradoxais: o alcance consistente de resultados ao longo do tempo e a consciência necessária para agir de modo a gerar valor para todas as partes interessadas, de forma sustentável e regenerativa, e ainda fomentar essa mesma consciência dentro das organizações, junto a seus times.

“O problema no mundo não é a falta de dinheiro. É a questão da consciência”, ressalta o estudo “”Liderando Inovações Conscientes”, publicado pelo Instituto Anga e MIT Sloan Management Review Brasil em 2022. “Precisamos de apenas 1,15% – sim, um vírgula quinze por cento – dos ativos financeiros do mundo, ao ano, para financiar todas as 169 metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).”

Liderando Inovações Conscientes

Em um mundo cada vez mais dinâmico, imprevisível e complexo, como encontrar os líderes que construirão o futuro das organizações?

Em meados de 2017, essa foi a provocação que levou o Instituto Anga a trilhar uma primeira e intensa jornada de aprendizado, em que tivemos a honra e o privilégio de conhecer histórias inspiradoras de líderes que estavam transformando as organizações, sem se submeter a atalhos ou desistir nos obstáculos. Além dessa experiência, buscamos conteúdo conceitual nas maiores revistas de negócios do mundo.

Ao cruzar teoria e prática, chegamos ao “Retrato do Jovem Líder que Transforma Organizações” – também chamado de retrato do Valuable Young Leader (VYL) –, que elenca as características que um potencial líder deveria reunir para transformar organizações de dentro para fora.

Em 2022, visando ao pós-pandemia, à busca de soluções para problemas cada vez mais complexos de liderar (mudanças climáticas, desigualdade social, fome, entre outros) e à acelerada evolução tecnológica, tornou-se imprescindível revisitar o retrato do Valuable Young Leader.

Como cada um pode promover inovações conscientes em suas respectivas posições? Essa foi a pergunta da vez que levou o Instituto Anga, em parceria com o MIT Sloan Management Review Brasil, a elaborar o “Arquétipo – Liderando Inovações Conscientes” (baixeaqui).

O estudo contou com o embasamento científico de estudos publicados pelo MIT Sloan Management Review Brasil, a prática de 42 executivos e especialistas que são referências em suas áreas de atuação no Brasil e o cruzamento entre pensamento global e ação local.

O arquétipo fundamentou-se em teorias que buscam equilibrar conceitos como Humanização e Digitalização, Consciência e Inovação, e Propósito e Resultados.

A abordagem da Teoria U, de Otto Scharmer, professor e senior lecturer do MIT, foi uma das principais referências utilizadas, trazendo os estados de atenção, intenção e ação para a estrutura do estudo.

Já na teoria do Pensamento Integral, de Ken Wilber, foram baseadas as perspectivas das dimensões individual, relacional e sistêmica.

E pensadores como Douglas Ready e Carol Cohen, coautores de “The New Leadership Playbook for the Digital Age”, Julian Birkinshaw e Cristina Gibson, autores de “Ambidestria contextual: como tudo começou”, e Gerald Kane e Anh Phillips, coautores de “Por que a liderança digital (não) é diferente”, nortearam a combinação entre evolução tecnológica e desenvolvimento humano.

Como resultado, o arquétipo é uma ferramenta de aprendizado para catalisar o desenvolvimento de jovens lideranças. Serve também de bússola para influenciar positivamente a condução de problemas complexos, impulsionando inovações conscientes a partir de três dimensões – liderança de si, liderança nas relações e liderança sistêmica – e de três estados – atenção, intenção e ação.

O documento apresenta, ainda, 36 comportamentos das lideranças para influenciar organizações e transformar o sistema, servindo a uma causa e vivendo uma vida com propósito e relevância.

BAIXE AQUI O ARQUÉTIPO – LIDERANDO INOVAÇÕES CONSCIENTES

Provocando o status quo

O objetivo da construção dos arquétipos nunca foi identificar um perfil ideal ou um caminho único para o sucesso. Mas criar uma base de referências diversas e inspiracionais para jovens em início de carreira, mostrando que é possível construir uma trajetória de sucesso dentro de organizações já estabelecidas, gerando resultados reais, sem abrir mão de princípios e valores.

E como alimentar e acompanhar essa base de referências de modo concreto, factível, alinhada ao processo de evolução da liderança e conectada à nova economia? Simples: identificando, reconhecendo e conectando entre si jovens lideranças intraempreendedoras que, por meio de sua atuação e influência, estão transformando as organizações onde atuam.

Assim, nasceu o Prêmio Young Leaders, que tem a missão de mapear, valorizar e apoiar o desenvolvimento de jovens lideranças que provocam o status quo em suas organizações e se revelam grandes líderes do futuro – ou como costumamos dizer Valuable Young Leaders.

Trata-se de jovens intraempreendedores de até 29 anos que:

– Influenciam positivamente o meio e o ecossistema em que atuam, com capacidade ímpar de geração de valor, sobretudo compartilhado;- São orientados para a solução de problemas complexos, considerando dois eixos: a evolução tecnológica e o desenvolvimento humano; e- Sem perder de vista um olhar atento e cuidadoso sobre si mesmo.

Ao longo de sete edições, o Prêmio Young Leaders já impactou cerca de cinco mil jovens e envolveu aproximadamente 150 executivos.

Além disso, os 350 finalistas de todas as edições do prêmio (conheça aqui), bem como os participantes do programa de formação de lideranças – o Young Leaders Program – compõem uma comunidade potente de conexão e troca, produção de conhecimento, geração de ideias, mentorias e interface com o mercado.

Na Comunidade Young Leaders, o Instituto Anga tem o privilégio de acompanhar e cultivar a próxima geração de lideranças que, com toda a convicção, irão promover e que já estão promovendo as mudanças de que as organizações e a sociedade tanto necessitam.

O sonho é que todo jovem lidere inovações conscientes. E, nessa crescente, que o Young Leaders se torne mais que um prêmio, se torne um grande movimento.

Um movimento de jovens que entendem seu papel fundamental na transformação das organizações brasileiras, ajudando-as a atravessar os momentos de incerteza e inquietação que afetam todo o país e o mundo.

E também um movimento de empresas que acreditam no potencial dos jovens, investem no seu crescimento e lhes dão espaço para empreender suas ideias.

Artigo escrito por Marcela Toguti, diretora executiva do Instituto Anga. Mãe do Miguel, administradora pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e tem MBA em Gestão e Estratégia pela Business School São Paulo e especialização em Diversidade, Equidade e Inclusão pela Cornell University. É apaixonada por pessoas, acredita fortemente no poder das conexões entre os indivíduos e na potência que as singularidades têm para transformar vidas. Atua há mais 20 anos junto aos setores público e privado, sociedade civil e organismos internacionais, com o propósito de construir pontes e gerar valor compartilhado para promover impactos positivos na sociedade. Esteve à frente do Instituto BRF por cinco anos, liderando investimentos sociais privados para promover qualidade de vida e justiça social no Brasil e ao redor do mundo. Faz parte da rede de mentores do Impact Hub São Paulo, na temática de Parcerias Multissetoriais, e do Programa Prolíder, do Instituto Four. É voluntária na Michigan State University em projetos ligados à juventude e empregabilidade, embaixadora certificada do Capitalismo Consciente Brasil e membro do Comitê de Diversidade do Grupo Anga. linkedin.com/in/marcelatoguti/

Líderes do Futuro
Esta coluna é assinada rotativamente por membros da Comunidade Young Leaders, que reúne finalistas do Prêmio Young Leaders e participantes do programa de formação de lideranças do Instituto Anga.

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