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3 min de leitura

Sustentabilidade de ponta a ponta

Dois stakeholders fundamentais para a competitividade do negócio também são protagonistas quando se fala em ESG

Denise Turco

12 de Março

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Artigo Sustentabilidade de ponta a ponta

Os consumidores e os investidores são stakeholders fundamentais para a competitividade de qualquer negócio, e também protagonistas quando o assunto é a agenda ESG. Apesar de o consumidor estar mais exigente e buscar marcas que reflitam em seus produtos e serviços atenção às questões sociais e ambientais, o caminho a ser percorrido pelas empresas ainda é longo. De acordo com a pesquisa da plataforma Impact! ESG, realizada pelo Google Brasil em parceria com a MindMiners e com o Sistema B, quase metade dos entrevistados, 47%, não conseguiu associar a agenda a nenhuma marca nacional.

Um estudo da Opinion Box também mostra que os brasileiros pressionam as marcas para que façam a sua parte. O levantamento indica que 67% dos consumidores têm o hábito, mesmo que apenas às vezes, de pesquisar as práticas de ESG das empresas antes de comprar um produto. Os principais fatores que impedem a compra são o envolvimento da companhia em trabalho escravo, ser conhecida por poluir a natureza, estar envolvida em escândalo de corrupção, fornecer produtos agressivos ao meio ambiente e fazer testes em animais. Nesse cenário, quase metade dos consumidores (47%) duvida de marcas e produtos que se posicionam como sustentáveis.

No recorte geracional, o mesmo estudo mostra que 45% das pessoas entre 16 e 29 anos conhecem o termo ESG. No público de 30 a 49 anos este índice é de 34%, e acima de 50 anos, 37%. “Já está bem estabelecido nas pesquisas de opinião que, dependendo da geração, o consumidor tem uma atitude pró sustentabilidade diferente. Pela primeira vez na história, temos cinco gerações coabitando o planeta, desde os baby boomers, que nasceram a partir de 1946, até a geração Alpha, que nasceu a partir de 2010. E temos os millenials e a geração Z, os nativos digitais, que valorizam muito a sustentabilidade”, afirma Annelise Vendramini, coordenadora do Programa de Pesquisa Finanças Sustentáveis no Centro de Estudos em Sustentabilidade associado à Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas.

Investidor

Os consumidores mais conscientes não abandonam suas convicções sobre sustentabilidade quando desempenham outros papeis na sociedade, inclusive como investidores. Esse comportamento é observado entre millenials e geração Z. “Eles estão no mercado de trabalho e já tomam decisões nas empresas em que trabalham, principalmente os millenials. No mercado americano, por exemplo, eles já são os grandes drivers do investimento ESG”, afirma Vendramini.

De acordo com um levantamento da International Finance Corporation (IFC), os negócios verdes movimentarão mais de US$ 23 trilhões até 2030 para cumprir os compromissos de combate às mudanças climáticas assumidos pelos países. No Brasil, os investimentos estimados são de US$ 1,3 trilhão até 2030. Os números indicam a importância crescente das práticas ESG para o investidor e para o mercado financeiro.

“Há uma sinalização de uma série de investidores para alocar recursos em projetos que estejam alinhados a temas socioambientais e governança”, aponta a professora. Ela pondera que existem vários perfis de investidores, desde os grandes fundos até o investidor pessoa física, que estão em diferentes níveis de contato com a agenda ESG.

“O investidor ESG é, antes de tudo, um investidor. Isso significa que as condições viabilizadoras do investimento precisam acontecer. A empresa deve ter o cuidado que já teria para receber um investimento, mas adicionando as condições ESG, ou seja, se é um projeto de investimento atrelado a geração de energia renovável, precisa mostrar que de fato está entregando um impacto positivo e ao mesmo tempo cuidando do processo de gestão”, recomenda.

Apesar dos desafios, o cenário é de oportunidades. “No Brasil, temos muitos projetos e possibilidades de capturar a vontade e a sinalização dos mercados financeiros em alocar recursos para agenda ESG”, conclui Vendramini.

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Denise Turco

Denise Turco é colaboradora da MIT Sloan Review Brasil

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