O que nos trouxe até aqui dificilmente nos levará a 2025. É preciso repensar a forma de atuar e adotar diferentes padrões de negócios, mais alinhados com o contexto, o que exige focar quatro aspectos fundamentais
Eternizada pelos fãs do rock, a banca australiana, dos irmãos Young, AC/DC teve agora um chamado recall. Não, não lançaram um novo álbum até porque nos últimos anos tiveram alguns problemas de saúde de alguns dos seus integrantes com bastantes mudanças e até mesmo anúncios de término de carreira. Perguntará você: então, por que a banda está sendo aqui citada e até dá nome a este artigo? Porque serve de analogia para os tempos que temos vivido e que já estão sendo classificados de antes da Covid e depois da Covid (AC/DC).
Quem, na virada do ano, em pleno réveillon 2019/2020, poderia prever que alguns meses depois estaria confinado em casa cumprindo regras impostas de quarentena? Poucos, de fato. Mas o que aconteceu foi o que designamos de corte na realidade: em determinado ciclo estável (ou aparentemente estável) um fenómeno inesperado (ou com pouca probabilidade e acontecer) muda o curso da história, obrigando a uma revisão completa e geral dos pressupostos, das regras e das crenças a todos os níveis: sociais, humanos, políticos, económicos, profissionais, etc.
É nesse contexto que nos vemos hoje enfrentando uma nova e inesperada realidade em que precisamos rever os nossos conceitos de gestão e. principalmente, conceitos de vida, a fim de conseguirmos viver o chamado “novo normal”. Assim, sabendo que todos os negócios e mercados estão enfrentando a mesma realidade e desafio, gostaria de compartilhar quatro grandes ideias/recomendações de como podemos, em nossos negócios, definir algumas prioridades para o futuro para darmos início a essa jornada DC.
1. Se não fez ainda, precisa imediatamente desenvolver o que chamamos de jornada do cliente para conhecer em detalhe quem ele é, quais as suas opiniões, necessidades, anseios e desejos para conseguir definir corretamente uma estratégia de relacionamento e futura venda.
2. A transformação digital já tinha chegado, mas poucos se tinham apercebido dela. Agora ficou clara a sua importância. E quando falamos de transformação digital não falamos apenas de sites ou páginas nas redes sociais estáticas e pouco atualizadas. Falamos de uma completa experiência digital, em todos os pontos de contato e isso obriga a uma abordagem mobile dos negócios considerando o tratamento de informação, o acesso a ela e a forma como ela é utilizada para a gestão das empresas considerando os diversos meios de comunicação;
3. A experiência, já muitas vezes falada, ainda está bem aquém da sua utilização plena. Se algo ficará claro neste momento é que os clientes procurarão experiências e não produtos. Os negócios deste pós covid que terão sucesso serão aqueles que serão _client oriented_ (orientado por e para clientes) e não _product oriented_ (orientados por e para produtos). E para que isso seja uma realidade é necessária uma completa mudança de mentalidade de gestão.
4. A nova mentalidade de gestão implica atuar de forma efetiva sobre as crenças e hábitos de atuar que temos adotado até agora. O que nos trouxe até aqui dificilmente nos levará a 2025. Repensar a forma de atuar e adotar diferentes padrões mais alinhados com o contexto passa por entender quais são os cenários atuais e futuros e como eles podem ajudar ou atrapalhar a nossa realidade. E para isso é fundamental a adoção de uma política de educação e capacitação/atualização de colaboradores e todos quantos interagem no nosso ecossistema.
Para terminar, deixo um convite para o estudo Inova Consulting sobre as tendências pós-Covid-19, que encontra neste link, e que pode ajudar a uma reflexão mais profunda de como ultrapassar de forma vencedora este novo normal.”