A inovação rápida, constante e centrada no cliente é possível em grandes empresas – mas não se você permanecer adotando as formas tradicionais de trabalho. Construa uma governança sob medida em cinco passos
Em 2019, a Basf inaugurou, em São Paulo, um centro colaborativo de inovação. Batizado de onono, o laboratório serviria para estreitar laços com parceiros locais e startups. Mas Antonio Lacerda, senior vice president chemicals and performance products South America na Basf, se viu diante de um obstáculo: o onono teria que seguir as mesmas normas corporativas de segurança aplicadas à infraestrutura de nuvem da Basf para os dados dessas parcerias. Isso minaria novas relações rápidas e ágeis, que eram a razão de ser do laboratório. Lacerda adiou o lançamento até conquistar, com investimento significativo de capital político, uma exceção: uma “caixa” separada de dados para sua equipe, com permissão especial para compartilhar esses dados por meio de APIs com novos parceiros.
A experiência de Lacerda, e de tantos outros que passaram por momentos semelhantes, aponta para um problema grave para a transformação digital: nas grandes empresas, as equipes de inovação são obrigadas a lutar por adaptações de regras que contradizem sua própria função de mudança. Mas a inovação não acontecerá em escala significativa enquanto depender de exceções aprovadas pelo topo da organização. Em vez disso, devemos repensar nossa abordagem de governança e projetar novas práticas de gestão.