No mundo digital e em fluxo, as organizações e seus funcionários precisam, acima de tudo, que as relações de nível 2, mais próximas, triunfem
Quando o psicólogo social Edgar Schein se juntou à Sloan School of Management, a escola de negócios do Massachusetts Institute of Technology, nos anos 1950, a escola tinha acabado de lançar seu grande experimento de ensinar gestão por meio de disciplinas formais como matemática, psicologia social, economia e história. Foi uma estreia radical, com a exposição da “prática da gestão” por meio de casos ensinados por professores que haviam sido gestores durante quase toda a carreira. A nova abordagem despertou colaborações próximas e improváveis, e um pensamento profundo e inovador sobre liderança, cultura e mudança organizacional – todos esses, campos de estudo emergentes na época. Foi nesse ambiente que Ed e seus colegas embarcaram na construção de um modelo que ajudou a definir como as pessoas pensavam sobre as organizações e se engajavam nelas.
Décadas depois, na era digital, simbolizada pelo smartphone mas em nada limitada a esse aparelho, Ed afirma que é hora de um novo modelo, um que é construído com base em relações profissionais, abertura e confiança. Ele e Peter Schein, seu filho e colaborador, têm trabalhado nesse modelo nos últimos anos. Depois obter um diploma em antropologia e um MBA, Peter passou a maior parte de sua carreira como executivo de estratégia em uma série de empresas no Vale do Silício. Em 2015, ele decidiu se unir a Ed na análise e descrição de mudanças em curso conforme as tarefas de gestão se tornam mais complexas, interdependentes e voláteis. Na conversa a seguir, pai e filho, aqui apenas colegas, compartilham suas visões sobre vida organizacional, fazem um breve histórico de ideias que nos levaram até esse momento e, ainda mais importante, dividem suas reflexões sobre o futuro.