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Comportamento do consumidor transforma estratégias de ecossistemas

Ecossistemas de negócios apostam na convergência de setores para atender às novas necessidades do cliente

Denise Turco
12 de julho de 2024
Comportamento do consumidor transforma estratégias de ecossistemas
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De três anos para cá, o consumidor transformou sua relação com as empresas e vem mudando de forma acelerada e constante os valores e as expectativas que tem em relação a produtos e serviços. Suas demandas se tornaram mais complexas. Quais são as consequências desse novo comportamento nos negócios? Essa reflexão esteve no foco do Encontro do Consumidor por Indústria – a influência do consumidor na transformação dos ecossistemas, realizado por MIT Sloan Review Brasil em parceria com a EY-Parthenon.

Para mostrar um retrato das mudanças, Juliana Crema, sócia da EY-Parthenon e líder em estratégia para o segmento de consumo e varejo, e Eduardo Tesche, sócio da EY-Parthenon na América do Sul, apresentaram resultados e insights da décima edição da pesquisa EY Future Consumer Index, com dados de junho deste ano.

O estudo revela que 91% dos brasileiros estão preocupados com suas finanças, uma sinalização de que o preço tem grande impacto nas decisões de compra; 46% estão, inclusive, buscando novas marcas para reduzir custos. Entretanto, 62% pretendem gastar mais com experiências, o que gera uma certa complexidade. Outro destaque é que 61% dizem que comprar e se comportar de forma sustentável é um princípio orientador em sua vida cotidiana.

Essas diferentes necessidades, às vezes contraditórias, têm desafiado as empresas a adotar modelos de negócios inovadores. Por isso, muitas companhias têm apostado na construção de ecossistemas ou plataformas com o objetivo de melhorar o desempenho, estimular a inovação e o crescimento, proporcionando novas experiências ao cliente. Um levantamento da EY, também divulgado no evento, mostra que 91% dos executivos concordam que ecossistemas aumentaram a resiliência dos negócios, e 87% entendem que estratégias baseadas em ecossistemas são eficientes em promover inovação e criatividade.

Como aprimorar os ecossistemas? Para Tesche, o ponto de partida deve ser sempre entender a necessidade real do cliente. Os desafios nessa jornada passam por ter pessoas e processos preparados, além de confiança entre todas as partes. Trabalhar nesse modelo leva a uma aproximação entre setores. A EY fez uma análise da convergência de setores em cinco ecossistemas, com base em tendências de consumo, para mapear tendências, oportunidades e ameaças.

Há potencial para gerar negócios, por exemplo, a partir da convergência dos segmentos de varejo, entretenimento, serviços financeiros e tecnologia. Ou, ainda, da combinação entre saúde, tecnologia, bens de consumo e educação.

Trazendo casos práticos, o encontro promoveu um bate-papo com executivos de companhias que estão ampliando seus ecossistemas. Os convidados foram: Orivaldo Padilha, vice-presidente de finanças da Via; André Cazotto, head de estratégia M&A e RI do PicPay; Fernando Fiorini, director business development & engineering da Mondelez International; e Laerte Moraes, head dos negócios de amidos, adoçantes, cacau e chocolate da Cargill e presidente do Conselho da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPAC). O debate teve a mediação de Pedro Nascimento, conselheiro da MIT Sloan Review Brasil.

Artigo publicado na MIT Sloan Management Review Brasil nº 13

Denise Turco
Denise Turco é colaboradora da MIT Sloan Review Brasil

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