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Quer libertar suas ideias? Organize-as – Parte 2

Estruturar processos para capturar e armazenar ideias pode ajudar a destravar caminhos para a inovação e a produtividade.

Augusto Dias Carneiro
5 de agosto de 2024
Quer libertar suas ideias? Organize-as – Parte 2
Este conteúdo pertence à editoria Gestão de talentos Ver mais conteúdos
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Como ter melhores ideias, individualmente ou em grupo, foi o tema da primeira parte deste artigo. Nela, detalhei a aplicação prática de quatro modos de pensamento — devaneio, científico, intencional e projeto — e falei sobre ferramentas analíticas de Daniel Dennett, que nos ajudam a transformar a criatividade em resultados tangíveis dentro das empresas. Nesta segunda parte, o foco é como armazenar as ideias, de forma que possam ser facilmente localizadas no futuro. Desta vez, a referência é o trabalho do norte-americano Tiago Forte, fundador do método Construindo um segundo cérebro, de captura e organização de ideias. (links e recomendações no final)

Para começar, trago algumas reflexões sobre por que devemos sistematizar a captura de ideias – nossas e dos outros.

1.Para conferir substância às ideias que nos ocorrem.

2.Para criar o compromisso de constantemente aguçar nossas perspectivas.

3.Para transmitir as ideias a terceiros de forma convincente.

4.Ao sistematizar a captura ideias, nos capacitamos para agrupar as que têm semelhanças entre si.

5.E também para identificar aquelas que ainda podem necessitar de um período de incubação.

O ideal é que essas cinco motivações estejam presentes em qualquer sistema de captura e armazenagem de ideias.

Os tipos de armazenadores de ideias

Tiago Forte, que também é autor de Criando um Segundo Cérebro: Um método comprovado para organizar sua vida digital e desbloquear seu potencial criativo identifica quatro tipos de armazenadores de ideias:

Criando um Segundo Cérebro: Um método comprovado para organizar sua vida digital e desbloquear seu potencial criativo
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– Estudante

É o tipo mais comum. Focado nas necessidades imediatas, como tirar boa nota em uma prova, publicar um artigo ou fazer uma apresentação caprichada. Eu me enxergo aqui, assim como muitos leitores e quase todos os iniciantes na prática de arquivar ideias.

– Arquiteto

Imagina previamente uma estrutura na mente, onde insere uma ideia e acrescenta novas informações, que entram a título de subitens da ideia inicial ou como novas ideias.

– Bibliotecário

Conta com um sofisticado sistema de armazenamento e sabe, de antemão, sob qual classificação irá arquivar suas ideias, dados e informações. Tem a disciplina de rever, periodicamente, suas classificações. Não surpreende o fato de que este é o perfil mais incomum.

– Jardineiro

Está mais interessado em plantar ideias e, depois, observar quais germinam. Seu sistema de arquivamento tende a ser mais caótico em relação aos outros tipos de armazenadores. No entanto, talvez pelo fato de o foco ser as ideias que vingam, consegue localizá-las novamente na maior parte das vezes.

Quatro passos para capturar e armazenar ideias

Do estudante ao arquiteto, passando pelo jardineiro e bibliotecário, os níveis de rigor na hora de captar e armazenar ideias podem variar. Mas se tem uma coisa que todos têm em comum é o passo a passo que percorrem:

1º passoCapturar: consiste em registrar uma ideia que possa ser útil revisitar no futuro. Isso demanda disciplina para prontamente anotar qualquer pensamento que você tiver ou informação que você vir, ler ou ouvir.

2º passoOrganizar: estabelecer um método de arquivamento que seja fácil de implementar e também de acessar depois. Tiago Fortes faz uma análise comparativa de aplicativos disponíveis no mercado que têm essa finalidade.

3º passoDestilar: pensar no seu eu futuro e em como e em que contexto desejará acessar a ideia novamente. Este é certamente o passo mais difícil, pois exige uma viagem no tempo para imaginar com o quê e quem você estará trabalhando, bem como em quais circunstâncias aquela informação será relevante.

4º passoExpressar: compartilhar as ideias ou informações recém-desarquivadas. O ideal é que, após encontrar o que precisa, você consiga transmitir o achado para outras pessoas de forma direta e eficaz, sem necessidade de grandes ajustes ou informações adicionais.

  • Notas do colunista:

O livro de Tiago Forte em português se chama Criando um Segundo Cérebro: um método comprovado para organizar sua vida digital e desbloquear seu potencial criativo. Alguns leitores reclamaram da qualidade da tradução do obra. Então, eis o original em inglês: Building a Second Brain: A Proven Method to Organise Your Digital Life and Unlock Your Creative Potential.

Building a Second Brain: A Proven Method to Organise Your Digital Life and Unlock Your Creative Potential
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De você prefere escutar inglês, os últimos dez episódios do The Building a Second Brain Podcast são muito semelhantes ao livro. Os primeiros nove lidam com os principais mitos populares sobre armazenar informações.

  • O site de Tiago Fortes é o fortelabs.com (em inglês apenas). Em seu blog, ele traz um post que compara e contrasta os diferentes softwares de organização de informações. Há uma ênfase evidente em “captura”, o que é bom porque a maioria de nós não fazemos isso bem. E uma ênfase menor em aplicativos que facilitam a apresentação de ideias para outras pessoas – afinal, quase ninguém pensa sozinho.
  • Recomendo, ainda, este podcast em que Pedro Doria e Cora Rónai conversam sobre o livro de Tiago Forte.

Augusto Dias Carneiro
Coach, headhunter, mediador e board member, Augusto Dias Carneiro é sócio da Zaitech Consultoria. É autor do livro Guia de Sobrevivência na Selva Empresarial. O lançamento de sua próxima obra, O Livro das Ideias: Inovação e Empreendedorismo, está previsto para abril de 2025.

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