O colunista da MIT Sloan Review Brasil comenta seu novo livro, “Startups: Nos Mares dos Dragões”, um mapa para que startups se desenvolvam
Navegar por águas desconhecidas, encontrando novas rotas, é uma prática comum para quem busca o novo. Para marcar os trechos dos mapas que ainda não haviam sido explorados ou para apontar possíveis perigos durante a navegação, os antigos cartógrafos, indicavam que “ali havia dragões”. O universo das startups, em que empreendedores de todo tipo buscam diariamente a inovação, confrontam riscos e o desconhecido, trilhando um novo caminho repleto de incertezas, é similar ao desafio de desbravar grandes mares.
A partir de conquistas e falhas, o mundo ia sendo descoberto e o mapa que o ilustrava ia ganhando novos traços. Esse aprendizado, seja ele através de experiências boas ou ruins, permitiu que os navegantes vindos depois pudessem ir mais longe, ampliando fronteiras e as conquistas da humanidade. Por isso, aproveito essa coluna para anunciar pela primeira vez o meu novo livro, _Startups: Nos Mares dos Dragõe_s. Ele é um compilado de aprendizagem do que 20 executivos aprenderam em suas próprias navegações e estudos para o além-mar.
Explorando o desconhecido
De uma forma geral, o senso comum enxerga a atividade empreendedora muito mais como algo que acontece de maneira apenas intuitiva e não estruturada do que como uma ação disciplinada, composta por processos e métodos. O que realmente traz resultado não é exclusivamente o esforço ou uma boa ideia, mas a coordenação entre esforço, boa ideia e resolução de um problema real. Algo pelo qual as pessoas estejam dispostas a pagar para ter e usar.
É fundamental que a inovação e todo ecossistema empreendedor sejam vistos de forma estruturada e que essa composição gere os resultados necessários, tanto no que diz respeito à construção do produto, quanto às demais atividades fundamentais de uma empresa. Vender, comunicar, ouvir os clientes e entregar são preocupações que devem existir mesmo antes da decisão de iniciar a jornada. Todo o processo de produção precisa estar coordenado ao pensamento, às ideias, concepção e paixão empreendedora.
Nova era das navegações
Em meio às incertezas naturais das ações empreendedoras, o cenário brasileiro impele a prática, ora por necessidade, ora por vocação. Atualmente, estão registrados no país mais de 12 mil empreendimentos, de acordo com dados da Associação Brasileira de Startups (ABStartups).
O número, 207% maior do que nos últimos quatro anos, mostra o crescimento das startups nacionais. Por um lado, a diminuição da taxa de juros deve estimular o investimento de risco. Por outro, o aumento do número de vagas de emprego deve ajudar a diminuir a quantidade de empreendedores por necessidade. O cenário vai ajudar a amadurecer ainda mais o movimento empreendedor estrutura no Brasil. Hoje o país já possui oito startups como o status de unicórnio (denominação dada às empresas avaliadas em mais de US$ 1 bilhão). Para completar, a expectativa dos empreendedores para o futuro é positiva: 67% acham que o mercado consumidor vai melhorar (ainda mais) até 2020.
Diante de um ambiente tão promissor, _Startups: Nos Mares dos Dragões_ tem a pretensão de servir como mapa trazendo conceitos, modelos de negócio, estratégias, casos e lições fundamentais para que uma startup, seja ela iniciativa de uma grande empresa ou de “garagem”, se desenvolva, se posicione e tenha sucesso. Este é um livro para quem quer desbravar o inexplorado, encarar dragões e navegar por águas oportunas.