“Não” seria a resposta tradicional. Afinal, historicamente, sobreposições de afeto e negócios são indesejáveis, até vistas como “piores práticas” no meio executivo. No entanto, a era digital vem virando de ponta-cabeça muitos dos saberes tradicionais da gestão, e esse parece ser mais um deles. O Report especial desta edição propõe, sempre com base em dados, que o líder faça uma “transformação digital afetiva”. Sugiro jogar fora os pré-conceitos citados no início, portanto, e ler.
Isso porque os líderes estariam vivendo o “colapso do contexto” (expressão cunhada há dez anos por pesquisadores da Microsoft para designar a queda de fronteiras entre os contextos pessoal, profissional, institucional etc.). O jogo muda tanto que Kim Scott, a autora de Radical Candor, vê sua “franqueza extrema” implicando mais riscos.
O artigo de capa, porém, não é sobre transformação digital afetiva e sim sobre inteligência artificial – um dos melhores que li. Ataca uma dor da IA, já sentida em organizações brasileiras: as ferramentas de IA volta e meia são sabotadas por quem deveria usá-las dentro da empresa . As pessoas são más? Não, o processo de desenvolvimento é que errou – mas tem conserto.
Nesta edição ainda publicamos três artigos acadêmicos de brasileiros que reconhecemos como úteis ao mundo empresarial , O processo de reconhecimento, descrito abaixo, envolveu uma parceria com a consultoria Innoscience e o trabalho de uma banca julgadora de excelência, à qual somos muito gratos. Gostaria de destacar dois aprendizados desse processo:
(1) A função da pesquisa (da academia ou do setor privado) é procurar respostas novas para problemas novos, o que faz com que seja cada vez mais valiosa nos tempos atuais.
(2) As empresas brasileiras ainda participam pouco de pesquisas – comparativamente ao que ocorre nos EUA e na Europa – e isso segura o avanço da nossa gestão na incerteza.
Haveria muito mais a destacar na edição, da análise sobre pagar resgates de ramsonware a Damodaran, mas falta espaço!
O tema principal da 12ª edição da MIT Sloan Management Review Brasil é inteligência artificial
Continuando a cobertura das tecnologias protetoras de privacidade lançada na MIT Sloan Review Brasil nº 11, detalhamos uma delas: a privacidade diferencial (DP, na sigla em inglês)
O modelo mental que desvaloriza o gestor tem de mudar rápido; as empresas precisam desesperadamente das habilidades de gestão
A decisão de pagar ou não para recuperar dados sequestrados é tomada em função das escolhas dos líderes muito antes de um ciberataque
Criticar ajuda ou atrapalha o brainstorming criativo? Depende do contexto
A inteligência artificial não avança quando os usuários finais dentro da empresa resistem a adotá-la. Então, os desenvolvedores devem ir além dos benefícios comerciais de um projeto
O Report Especial da MIT Sloan Management Review Brasil nº 12 ataca o gap das habilidades afetivas
A liderança digitalmente transformada lida com a queda de várias fronteiras entre as personas, como a pessoal e a profissional; a solução é a transformação digital afetiva
A transformação digital afetiva pode começar por nova abordagem para promover diversidade, equidade e inclusão; em vez de mudar as pessoas, mude a organização, e esta mudará as pessoas
Uma nova ferramenta de gestão, baseada em três passos, ajuda a criar e executar um propósito claro e coeso, do mesmo modo que se faz com estratégia
A liderança tem papel crucial na criação de espaços seguros para que desvios sejam reportados
O trabalho com significado seguirá sendo uma meta inatingível se não tivermos um diálogo saudável sobre aquilo que dá ao indivíduo um senso de propósito. Há quatro obstáculos a superar
Uma análise da economia unitária ajuda empreendedores (e investidores) a perceber rapidamente se a agressividade para captar clientes será recompensada
Três artigos acadêmicos mostram sua aplicabilidade nas empresas. Outros dois artigos apresenta parâmetros de inovação em modelo de trabalho e um framework refinado por 450 testes
Muitas empresas adotam o tipo de relação cliente-fornecedor e a gerenciam assim, mas projetos de inovação aberta de sucesso recorrem a outro modelo
Apesar da elevada distância institucional entre as unidades locais e as matrizes de países desenvolvidos, que aumenta o risco e reduz o investimento, é possível inovar por outros caminhos
Para alcançar a inovação sustentável, os gestores precisam entender o perfil de suas organizações em relação ao tema e, a partir desse diagnóstico, reorganizar seu arranjo de capacidades de inovação
As ideias sobre o futuro do trabalho são dicotômicas, o que torna as decisões dos líderes mais arriscadas. Contudo, existem cenários em que o encaminhamento de mudanças pode ser mais fácil
Testada e aprimorada por quase quatro anos com 450 projetos de vários setores, ferramenta busca acelerar a conversão de projetos-piloto de inovação aberta em futuros negócios
Criar estratégias fechadas é uma receita para o fracasso quando as disrupções vêm de todos os lados; três cases ilustram isso
Ser favorável às empresas não deve ser algo tratado como ideologia; qualquer governo pode – e deve – ser pró-negócios
As Cédulas de Produto Rural (CPRs) podem ser ótimos instrumentos para negociar direitos sobre os serviços ecossistêmicos
A estratégia B4B da colombiana Luker Chocolate criou uma relação com os clientes que é realmente baseada em valor
O excesso de storytelling e a falta de informações-chave de quem vai abrir capital nos EUA ensinam gestores globais
Ainda tentando processar a pandemia, indivíduos buscam autoconhecimento, organizações repensam o trabalho e ambos inventam coisas
Morreu a visão idealizada, mas ela continua útil para as empresas, com nudges e assimetria de valor
MIT entrevista Fernando Goldsztein, MBA na MIT Sloan School em 2002/2003, é investidor, board member e fundador da Medulloblastoma Initiative (MBI)