Morreu a visão idealizada, mas ela continua útil para as empresas, com nudges e assimetria de valor
Segundo o obituário redigido pela opinião pública no Twitter, a economia comportamental amanheceu morta em 18 de agosto de 2021. Os plantonistas esclareceram que ela foi em paz, após uma noite de agonia, precipitada pela publicação de evidências de fraude do mais famoso estudo de Dan Ariely, um dos especialistas mais célebres desse campo de estudo.
O velório foi épico. Forbes, Financial Times, The Economist e muitos formadores de opinião apinhavam-se em torno do caixão: “Estudo influente sobre desonestidade era desonesto” (Forbes), “Como identificar cientistas que dão caô com dados” (FT), “Estudo sobre desonestidade era baseado em dados fraudulentos” (National Review) foram algumas das mensagens de condolências. Por trás de cada versão da epígrafe, um subtexto profundo: “a crise de replicação atingiu em cheio a economia comportamental e é difícil dizer se vai sobrar pedra sobre pedra”.Porém foi só a discussão arrefecer para percebermos que finada era a visão idealizada da economia comportamental como solução para tudo, não a própria. Como diz {o economista George} Loewestein, o papel da economia comportamental é complementar intervenções políticas e financeiras substanciosas – mais do que isso, é ilusão.