A ideia que você tem de liderança ainda vale ou será que já morreu, mas continua passeando entre nós?
“Liderança” é um termo que, de tão gasto, perdeu o sentido. Se você gosta de explorar, em livrarias físicas (lembra?), a seção “Administração & Negócios”, talvez não pense assim. Mas fiz uma busca na Amazon.com.br usando essa palavra-chave e recebi de volta 400 páginas de resposta – com 22 livros em cada uma.
Em meio a tanto conteúdo, qual é o real significado de liderança hoje? Alguns de seus aspectos ainda estão valendo, mas outros são “zumbis” que ainda estão por aqui, como definem três professores em um artigo publicado em 2024 – “Zombie Leadership: Dead Ideas that Still Walk among Us” (ou liderança zumbi: ideias mortas que ainda caminhando entre nós).
Depois de analisar quase trinta anos de definições, esses autores fizeram um amálgama: liderança é um processo pelo qual uma ou mais pessoas contribuem para atingir objetivos compartilhados pela formação de crenças, valores e compreensões do contexto. Isso requer:
Os autores do artigo listam sete ideias mortas sobre liderança – que, com a ajuda do consultor australiano Alexis Zahner, resumo em quatro:
Totalmente errado: o mundo de hoje é organizado em torno de relacionamentos e conexões, portanto o charme e o carisma têm quilometragem limitada. E tem mais: esse tipo de frase parece ignorar que toda liderança exige seguidores.
Errado também. Os autores mostram que todos nós podemos aprender a liderar, alavancando (em vez de reprimindo) nossas habilidades autênticas e características da nossa personalidade.
Outra grande falácia. Hoje, o sucesso é fruto de delegar poder a subordinados e reconhecer suas contribuições, tanto no “o quê” como no “como” fazer.
Esse aí valeu. Até agora. Mas nada impede que seja diferente daqui para a frente.
Na ficção, sabemos que os zumbis, por já terem morrido, tornam-se invencíveis porque nada os atinge. Analogamente, essas ideias sobrevivem em dois tipos de organização, nas quais elas se fazem muito presentes no dia a dia: