Epidemia de depressão, ansiedade e estresse crônico exige uma nova abordagem, mais integrada, da saúde dos colaboradores – e traz resultados
O mundo enfrenta uma verdadeira epidemia de problemas de saúde mental. Casos de depressão, ansiedade e estresse crônico crescem em ritmo alarmante, impactando a qualidade de vida das pessoas e gerando altos custos para as organizações.
Apesar dos esforços de muitas delas para implementar programas de saúde e bem-estar, os resultados frequentemente ficam aquém do esperado, evidenciando que há lacunas significativas na abordagem.
Essa realidade exige um novo modelo mental – e proponho uma abordagem inovadora, fundamentada nos avanços científicos dos seis pilares da Medicina do Estilo de Vida (MEV), que prioriza a saúde integral e mudanças duradouras.
A maioria dos programas corporativos de saúde mental adota uma abordagem reativa ou fragmentada, que não age efetivamente na raiz do problema.
Nos últimos anos, mais de 80 mil estudos científicos comprovam que fatores como hábitos alimentares saudáveis, qualidade do sono, atividade física regular, manejo do estresse, controle de substâncias tóxicas e conexões sociais saudáveis desempenham papeis cruciais na saúde mental.
Contudo, esses pontos geralmente não são abordados de maneira integrada, e a maioria das organizações não investe estrategicamente em ajudar as pessoas a mudar comportamentos com base na ciência.
A MEV não é apenas uma solução de saúde – é também uma estratégia com um ótimo retorno sobre o investimento (ROI)
Para alcançar resultados sustentáveis, é preciso redirecionar o foco das empresas para mudanças comportamentais fundamentadas nas neurociências do comportamento.
Essa abordagem facilita a aquisição de hábitos saudáveis e duradouros, prevenindo e tratando não apenas sintomas e transtornos de saúde mental, mas também doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, hipertensão e obesidade.
A MEV se baseia em evidências científicas para transformar o estilo de vida em um pilar central da saúde, tratando o estilo de vida como o principal “remédio”.
Para isso, a MEV intervém em seis áreas principais:
Implementar a MEV de maneira estratégica nas organizações significa alinhar a saúde individual dos colaboradores com resultados empresariais mensuráveis.
A MEV não é apenas uma solução de saúde – é também uma estratégia com um ótimo retorno sobre o investimento (ROI). Isso porque traz benefícios como a redução de custos com despesas médicas, maior produtividade e melhoria da imagem corporativa, uma vez que organizações que inovam com programas de MEV tornam-se empregadoras desejadas, o que atrai (e retém) talentos.
É preciso considerar que a MEV causa também um impacto sistêmico: cada pessoa que melhora seu estilo de vida contribui para um ambiente de trabalho mais saudável, motivador e colaborativo.
No Brasil, um exemplo relevante é a WEG, que implementou o Programa Viver Bem com base na MEV. Com uma frente específica para conscientização sobre doenças crônicas não transmissíveis, o programa demonstra como cuidar da saúde integral dos colaboradores pode alinhar qualidade de vida e resultados de negócios.
A transição para a MEV exige estratégia e, idealmente, deve fazer parte de um plano estruturado de inovação corporativa a ser implementado em fases:
A Medicina do Estilo de Vida não é uma solução rápida, mas sim um compromisso estratégico de longo prazo. Investir em saúde integral com base na ciência é o caminho mais inteligente para construir negócios sustentáveis e de alta performance.
Leia também: “O futuro dos benefícios de saúde nas empresas”, de Sandra Regina da Silva
Cada passo rumo a um estilo de vida mais saudável melhora não apenas a qualidade de vida dos colaboradores mas também o desempenho da organização. Empresas como a WEG, dentre outras, mostram que é possível inovar em saúde e transformar o ambiente corporativo em um lugar mais saudável, produtivo e sustentável.