![Imagem de capa Manter os modelos de previsão no rumo certo é preciso](https://images.ctfassets.net/erznwkq1zetp/7n3A7eVGaDFop9cxTGSv4/6a02a9d2636d29134a4b6dc0f188cbe7/20-24_-_Modelos_de_previs__o_.png)
Report especial
30 Junho | 2023
As organizações, e especialmente suas lideranças, vêm sendo publicamente pressionadas a articular qual valor estão criando além do lucro. E devem fazer isso em pleno “colapso do contexto”, fenômeno em que caem as fronteiras entre pessoal e profissional, empresas e governos, shareholders e outros stakeholders. Isso torna muito maior o desafio do líder de responder às pressões, sobretudo nas empresas já digitalizadas. Para que consiga fazê-lo de fato, o líder precisa evoluir em dois conjuntos-chave de habilidades – as digitais e as ligadas a propósito.
Essa é uma das principais conclusões da última edição da pesquisa global “Future of Leadership”, conduzida por MIT Sloan Management Review em parceria com a Cognizant. Detectados os dois gaps da liderança – digital e de propósito –, os pesquisadores batizaram a resposta a eles como “transformação digital afetiva”. As premissas são: sem mudança afetiva não há avanço digital – e o digital facilita bastante o afetivo. Este Report Especial ataca o gap das habilidades afetivas.
O primeiro artigo, assinado por Leslie Brokaw com complementos desta redação, aborda o colapso do contexto e propõe uma solução: a transformação digital afetiva do líder. Como é boa ideia começar a mudança afetiva pelos esforços de diversidade, equidade e inclusão (DEI), o segundo artigo, de Anselm A. Beach e Albert H. Segars, sugere adotar um modelo inovador para lidar com DEI, bem diferente do que se vê no mercado.
O terceiro artigo, de Álvaro Lleó de Nalda, Alex Montaner, Amy C. Edmondson e Phil Sotok, propõe um framework novo para implementar um propósito corporativo forte e, assim, gerar resultados. No quarto texto, Edmondson se junta a Antoine Ferrère, Chris Rider e Baiba Renerte e argumenta que a ética tem menos chances de prevalecer em ambientes psicologicamente inseguros. O artigo final aborda a necessidade de líderes terem conversas existenciais com funcionários. Marjolein Lips-Wiersma, Catherine Bailey, Adrian Madden e Lani Morris têm um guia para fazer isso.
E o Brasil? O colapso do contexto e seu impacto sobre a liderança ajuda a entender melhor o que aconteceu em 2020 com Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank. Em uma entrevista, Junqueira foi indagada sobre se o nível de exigência do processo de seleção da fintech não dificultaria a contratação de pessoas negras e respondeu: “não dá para nivelar por baixo”. As redes sociais reagiram agressivamente. A empresária pediu desculpas e o Nubank lançou mais programas inclusivos.
O exemplo do Nubank não comprova apenas que o líder faz uma mudança afetiva ao tratar de diversidade; destaca a importância do propósito na era digital (como o propósito da fintech é inclusivo – incluir desbancarizados –, é como se ele fosse enfraquecido). O debate da segurança psicológica escalou na pandemia, ante gestores que, de modo pouco ético, compraram softwares para “espiar” os funcionários em home office. A relevância de conversar sobre o sentido do trabalho nas empresas foi comprovada, por sua vez, por movimentos como o “great resignation” e o “quiet quitting”, que tiveram (estão tendo ainda) suas versões locais.
Artigo publicado na MIT Sloan Management Review Brasil nº 12
Pesquisador da MIT Sloan School of Management’s Initiative on the Digital Economy. Ele é o autor de Recommendation Engines (MIT Press, 2020), do qual este artigo foi adaptado.
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