Dados estão desengajando pessoas. Então… que aprendam seu significado!

Apesar de toda a ênfase dada à satisfação dos funcionários nos últimos anos, as experiências de milhões de trabalhadores pioraram. A última pesquisa do Gallup sobre o assunto, de novembro de 2024, descobriu que apenas 18% dos trabalhadores dos EUA estão satisfeitos com sua empresa. Depois de se manter estável em mais de um quarto dos funcionários durante a década anterior, as pontuações de satisfação despencaram em 2021 e não se recuperaram. O engajamento, por sua vez, caiu para 30%, o menor desde 2013.

As organizações estão lutando para fazer mudanças que realmente funcionem para sua equipe. Três fatores-chave afetam mais poderosamente a forma como as pessoas se sentem em relação ao seu trabalho: pertencimento, configuração e inspiração ou propósito. Dois deles – pertencimento e propósito – são impulsionados em grande parte por interações humanas. (A configuração, que pode se referir a onde e quando uma pessoa realiza seu trabalho, envolve ambientes interativos para algumas pessoas, enquanto outras preferem trabalhar em casa.)

Minha pesquisa identificou que as pessoas em funções de recursos humanos geralmente encontram mais significado em seu trabalho – e experimentam mais satisfação e engajamento – do que aquelas em funções financeiras. Por quê? As pessoas em funções de RH tendem a ter mais interações com colegas de trabalho do que as de finanças. Por meio das interações interpessoais, muitos encontram um sentimento de pertencimento dentro da organização, que envolve um senso de identidade compartilhado. Essas interações também oferecem às pessoas maiores oportunidades de conhecer os resultados de seu trabalho e como suas ações estão impactando a vida das pessoas.

Agora, mais do que nunca, trabalhar com dados tornou-se uma parte maior da “maioria” dos trabalhos. Algumas pessoas até começaram a dizer: “Quase todo trabalho é um trabalho de dados”. Um estudo com médicos descobriu que eles gastavam 45% do tempo de trabalho inserindo dados em registros eletrônicos de saúde. Uma pesquisa com professores descobriu que 30% passavam mais tempo trabalhando com dados do que se preparando para as aulas.

Há inúmeros benefícios em usar dados para formular diagnósticos e tomar decisões estratégicas. Mas o trabalho com dados também apresenta riscos específicos de reduzir o senso de significado. Essas recomendações podem ajudar sua equipe a lidar com o trabalho de dados com intenção e um sentido de significado:

Contrate arquitetos de informação. Pesquisas recentes descobriram que os trabalhadores se veem rapidamente diante da sobrecarga de informações, o que pode levar a ansiedade, confusão e esgotamento. Além disso, muitos dados são mal estruturados e ambíguos, o que deixa as pessoas frustradas. E, com muita frequência, os trabalhadores precisam perder tempo procurando os dados mais relevantes.

As ferramentas de IA podem percorrer um longo caminho na triagem de informações para fornecer aos funcionários apenas as informações de que precisam para analisar suas funções. Os pesquisadores também recomendam empregar arquitetos de informação – pessoas cujo trabalho é organizar o fluxo de informações.

Combine o trabalho com dados ao crescimento pessoal. Outra parte da solução é que líderes e gestores mostrem a seus subordinados como suas tarefas focadas em dados oferecem oportunidades de aprendizado e desenvolvimento, ao longo de uma trajetória para uma posição superior.

Por exemplo, considerando que a maioria dos funcionários deseja desenvolver novas habilidades, delegar tarefas de dados de maneira que ajudem as pessoas a desenvolver suas habilidades é essencial. Muitos também querem oportunidades de liderar equipes. Dar a eles a chance de supervisionar uma atribuição de dados e organizar reuniões de equipe para atualizações pode transformar seu trabalho em um projeto envolvente, significativo e até empolgante.

Garanta duas formas principais de contato. Trabalho significativo, engajamento e satisfação são fortemente afetados pelas trocas que acontecem em uma equipe entre o líder e os demais membros. Minha pesquisa descobriu que, quando líderes e gestores se conectam diretamente com seus funcionários, incluindo conversas sobre tarefas orientadas a dados, essas interações podem ajudar muito a gerar um senso de significado para o trabalho.

Os funcionários também precisam de contato com pessoas que são impactadas por seu trabalho. Esse contato com o usuário serve como um lembrete poderoso de por que todos os seus esforços, incluindo processamento de números e outras tarefas centradas em dados, podem melhorar as coisas para as pessoas. Com muita frequência, esta contribuição não é visível para os funcionários. Eles podem passar semanas, meses ou até anos sem ver como seu trabalho beneficia os outros.

Peça informações. Mesmo agora, na era da IA, os humanos ainda são melhores do que as máquinas em entender dados e extrair insights deles. É crucial para qualquer organização reconhecer que um trabalhador pode ter ideias e feedback para compartilhar com base no trabalho centrado em dados. Eles podem ter detectado sistemas que não estão funcionando ou descoberto valores discrepantes que foram em uma direção diferente e tiveram sucesso.

Quando as pessoas são informadas desde o início que seu trabalho com dados não será apenas sobre processamento de números – que será uma oportunidade para elas descobrirem joias escondidas e apresentá-las à empresa – é muito mais provável que elas se sintam engajadas e satisfeitas.

Declarações institucionais sobre o propósito corporativo não tornarão o trabalho significativo. Construir uma cultura de trabalho que conecte as pessoas com significado exige esforços focados nos indivíduos. Também é preciso vontade de mudar quando esses esforços são insuficientes e, hoje, muitos funcionários se sentem sobrecarregados com o trabalho de dados secos. As organizações podem tomar essas medidas para capacitar uma força de trabalho na qual essas pontuações de engajamento atinjam novos patamares.